Desenvolvimento de competências sociais em contexto escolar: a avaliação de uma intervenção

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http://hdl.handle.net/2183/6594Colecciones
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Desenvolvimento de competências sociais em contexto escolar: a avaliação de uma intervençãoAutor(es)
Fecha
1997Cita bibliográfica
Revista galego-portuguesa de psicoloxía e educación, 1997, 1: 597-602 ISSN: 1138-1663
Resumen
[Resumo] Neste artigo é apresentada urna interven~ao que procurou dar resposta a um dos problemas cada vez mais comum em contexto escolar: a agressividade dos alunos. Começamos por descrever o percurso da tentativa de encontrar urna soluçao para este problema, passando seguidamente adescriçao da aplicaçao de um programa de desenvolvimento de competencias sociais. A nossa populaçao alvo foi constituida por alunos do 2° ciclo pertencentes a duas escolas do ensino básico, sendo a implementaçao do programa efectuada por professores. Finalmente procedemos aapresentaçao e discussao dos resultados desta intervençao. Na origem deste programa esteve a constataçao de urna necessidade verbalizada pelos professores das escolas do 2° e 3° Ciclo do Ensino Básico em que trabalhamos: reduzir a agressividade na populaçao discente. Parece-nos interessante realçar que na nossa prática enquanto psicóloga escolar, constatamos frequentemente queixas por parte dos professores relativamente ao aumento da agressividade nos alunos e a urna certa ausencia de regras no relacionamento interpessoal. No caso concreto do surgimento deste programa, a questao foi levantada por algúns professores que nos solicitaram apoio para a resoluçao do problema. No sentido de dar resposta ao pedido, procedemos arealizaçao de urna reuniao com o grupo de professores interessados, tendo como objectivo explicitar o problema e reflectir sobre formas possíveis e viáveis de intervençao. A partir de um Brainstorming (Osborn, 1938; ref. por Goldstein, 1988) sobre agressividade, os professores identificaram os comportamentos mais frequentes apresentados pelos alunos: agressoes verbais ( chamar nomes, gritar, etc); agressoes físicas (pontapés, empurroes, etc); nao adesao a regras de funcionamento na sala de aula (interrupçao do discurso de colegas e professores, levantar sem pedir autorizaçao, etc); impulsividade. Urna vez clarificado o problema, procedeu-se areflexao sobre a frequencia do mesmo e sobre formas possíveis e viáveis de intervençao, tendo-se concluido o seguinte: o número de alunos a exibirem este tipo de comportamentos era muito elevado, e, ao longo dos últimos anos lectivos tinha vindo a aumentar, o que permitiu identificar urna tendencia generalizada e nao um número restrito de "alunos-problelna"; constatada esta tendencia geral, urna intervençao de ambito remediativo nao iria dar resposta ao problema, na medida em que todos os anos lectivos chegam novos alunos el escola que j á exibem essa tendencia; urna intervençao de ambito preventivo junto dos alunos que começavam a frequentar a escola pela primeira vez, pareceu-nos a forma mais eficaz de dar resposta ao problema com que estavamos confrontados. Dado que nao seria viável em termos de disponibilidade de tempo a nossa intervençao directa junto dos alunos, foi organizado um grupo de professores que se voluntariaram a desenvolve-Ia na modalidade de consultadoria.. Segundo Conyne (1987), a consultadoria define-se como um processo triádico no qual um profissional especializado ajuda o consulente a mobilizar recursos para lidar com a situaçao-alvo da forma mais eficaz. Neste programa, cada professor (consulente) aplica o programa aos seus alunos em horário extra-curricular enquanto que o nosso papel de consultor concretiza-se através da realiza~ao de reuni6es com os professores. Assim, a elaboraçao de um programa de desenvolvimento de competencias sociais ficou a nosso cargo, bem como apoio aos professores na aplicaçao directa do programa junto dos alunos (Vieira, 1996). A investigaçao tem demonstrado que o treino da assertividade e o treino de resoluçao de problemas interpessoais sao eficazes na intervençao com crianças agressivas (Milan & Kolko, 1985; Rotheram-Borus, 1988; Spivack & Shure, 1988). o treino assertivo tem sido incluido em intervençóes de cariz educacional com crianças e a sua utilizaçao tem sido justificada como um meio "(...) de desenvolver nos indivíduos competencias sociais, capazes de proporcionarem unha melhoria no relacionamento interpessoal, e daí, exercerem unha acçao preventiva e terapeutica do desajustamento social e problemas correlativos: agressao ... (Lopes da Silva, 1987/88 , p.84-85)". Esta intervençao foi desenvolvida em duas escolas do 2° e 3° ciclos do ensino básico, sendo que UlTIa se encontra localizada elTI meio rural e outra em meio urbano. o principal objectivo deste estudo é avaliar em que medida os sujeitos participantes no PD.C.S. alteram o seu estilo de relacionamento interpessoal no sentido de urna diminui9ao da agressividade.
ISSN
1138-1663